quinta-feira, 17 de abril de 2008

Milhares de trabalhadores desfilam até ao Parlamento para dar "aviso geral" ao Governo

Notícia 2008-04-17 16:32:00

Em vésperas de revisão do Código do Trabalho, a CGTP decidiu convocar os trabalhadores para esta manifestação para avisar de que a "luta vai continuar", caso sejam integradas na legislação normas que a agravem e não sejam alteradas as medidas que consideram mais penalizadoras. Esta manifestação segue-se a uma acção de protesto idêntica que decorreu quarta-feira na cidade do Porto e que reuniu cerca de 30 mil manifestantes.

Alguns milhares de funcionários públicos, que se concentraram no Saldanha, lideram a manifestação, que é animada pelo som de um grupo de bombos e as palavras de ordem como "é preciso, é urgente uma política diferente". As bandeiras sindicais dão um toque de cor ao desfile que decorre ordeiramente, impedindo a circulação de trânsito nalgumas das zonas mais movimentadas da cidade de Lisboa, como a Avenida Fontes Pereira de Melo e o Marquês de Pombal.

O agravamento das condições meteorológicas e o forte vento e chuva dificultaram o arranque da manifestação e impediram mesmo que a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, fizesse a intervenção que estava prevista na Praça do Saldanha. Os trabalhadores do sector privado concentraram-se na Avenida 5 de Outubro, junto à sede da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), e integraram o desfile na Avenida Fontes Pereira de Melo. Junto à sede da confederação patronal, o dirigente da CGTP, Arménio Carlos, fez uma intervenção político-sindical, destacando a valorização da contratação colectiva que, considerou, "um elemento determinante para os equilibrios sociais e simultâneamente para o desenvolvimento da sociedade".

Além da revisão do Código do Trabalho, cuja proposta deverá ser apresentada brevemente pelo Governo aos parceiros sociais, e da valorização da contratação colectiva, a manifestação pretende ainda reivindicar por melhores salários, para fazer face ao aumento dos preços de bens essenciais, pelo crescimento do emprego, com qualidade, e o combate à precariedade.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esperava a manifestação a meio do percurso para demonstrar aos trabalhadores a sua solidariedade. Aos jornalistas, Jerónimo de Sousa disse que a manifestação de hoje e de quarta-feira no Porto "são dois fortes avisos ao Governo para que não façam uma declaração de guerra aos trabalhadores e não agrave a legislação laboral". "Espermos que com estes avisos o Governo reconsidere e não avance com as intenções manifestadas no Livro Branco das Relações Laborais", sublinhou o líder do PCP. A polícia estima inicialmente uma participação superior a 30 mil manifestantes.

Cantinho do Emprego

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